quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Titanomaquia: Parte 1 – A Senhora do Universo



Capítulo 6
As coisas... Estão... Girando... Algo está errado... Mas... Todos parecem tão... Felizes!?
Após esse pensamento Réia sentiu uma forte dor, desfaleceu e tombou sobre a bela mesa, cuidadosamente ornamentada. Seu corpo começou a se convulsionar e um líquido denso e avermelhado escorreu de seu ventre formando uma grande poça em seu entorno.
- Ela está sangrando Céos! Espero que não tenha conseguido um modo de matá-la, pois caso tenha lhe aprisionarei nas profundezas do Tártaro! – Bradou Cronos, furioso.
- Acalme-se meu irmão, improvável que o sortilégio de uma oceaniade seja o suficiente para eliminar nossa irmã, ela está apenas passando por transformações, não é irmãzinha?
Céos respondeu divertidamente. Pelo aspecto de Réia seu plano tinha dado mais certo do que imaginava, provavelmente, Réia nunca mais teria um filho. E com os demais já digeridos por Cronos os titãs não tinham com o que se preocupar. Então, qual o problema de Cronos querer gritar um pouco? Que gritasse até arrebentar!
- Arrumem o leito da Rainha do Universo! Levem água, alguém estanque esse sangramento!
Cronos gritava ordens com Réia nos braços, indo em direção aos aposentos reais e deixando para trás uma trilha de sangue.

Enquanto isso, na Caverna Dicte, Amaltéia zelava o sono do pequeno Zeus. Ao redor dela se encontravam os Curetes, prontos para baterem suas armas a fim de abafar o choro do bebê, ou atacar qualquer coisa que representasse uma ameaça.
Mais ao fundo da Caverna se encontrava a cabra que Amaltéia ordenhava para conseguir o alimento do bebê.
Do lado de fora, no topo do Monte Ida, ficava de prontidão uma águia, invocada pelos habitantes da floresta para vigiar os longos vales que se encontram na região do Ida.
Tudo isso para que o infante tivesse um pouco de paz, antes dos tempos turbulentos que estavam por vir.

Ainda por algum tempo os demais titãs presentes no salão de festas ouviram os brados de Cronos, até que este se cansou de gritar ordens.
- Já era tempo dele ficar em silêncio. – Disse Céos enchendo sua taça com o néctar de uma das diversas ânforas da mesa.
- Não acredito que vais comer em uma situação dessas!
Céos olhou para seu irmão Hipérion. Ele estava visivelmente amedrontado, os olhos estatelados, o rosto pálido e suas feições estavam deformadas. Por detrás de Hipérion estava Teia, visivelmente desconcertada com a situação.
- Ora, o que foi meu irmão? O titã solar perdeu seu brilho? – Ironizou Céos.
- Você é um imbecil! Isso que você é Céos! Diga-me, o que vai acontecer se Réia morrer?
- Ela não vai morrer Hipérion, sossegue e coma! Se morrer, o que fazer? Cronos concordou com nosso plano, ele vai gritar e urrar, mas não vai ter ânimo para fazer muita cosia.
Céos levou sua taça à boca sorridente degustando o suave sabor do néctar que sorvia em pequenos goles. Nisso Febe se levantou, olhou para Céos e Hipérion e disse:
- Concordo com você, meu esposo. Não acho que devemos temer a morte de Réia, devemos temer muito mais o que ela fará se ficar viva.
Dizendo isso Febe saiu da sala, deixando atrás de si um silêncio que, aos ouvidos de Céos, pareceu agonizantemente assustador.

3 comentários:

André M. Oliveira disse...

Bem, infelizmente essa semana tem sido um tanto quanto conturbada, e não consegui postar na terça-feira, como de costume. Farei o possível para que não se repita.

Stéfs disse...

Queeee nada!
Tá ótimo como sempre!

Totalmente perdoável =p!

Excelente!

Bjo!

Marcionilia disse...

Hnm, quer dizer que hoje eh dia de post novo *.*

Estou adorando a historia!

beijOs