domingo, 31 de janeiro de 2010

Re.: Lembrando.

Só para constar. Racionalmente, denominamo-nos humanos. A racionalidade é o que torna tudo real à base dos nossos 5 sentidos. Pela razão, sobrevivemos. Para mim, a grande sacada do racionalismo é o simples "viver" em razão de "sobreviver". Baseando-se nesse conceito, descobrimos que a natureza, a biodiversidade, o mundo existem, racionalmente existem. A razão é o que nos faz acreditar em praticamente tudo. O concreto é razão. O abstrato é - por não ser usualmente provado pela razão - muitas vezes desconsiderado.
Não venha me dizer que os animais são irracionais. Irracional é tal afirmação. Se a vida não-humana em si é irracional, os animais não teriam motivos para sobreviver. Eles sobrevivem, vivem e se protegem por serem altamente racionais. Animais não se suicidam. Não voluntariamente. Na verdade, é bem sabido que o prefácio do suicídio é a emoção. A emoção é o que questiona os princípios racionalistas. A emoção é, simplesmente, o que torna os humanos mais humanos. O que, a meu ver, realmente nos difere das demais espécies vivas.
O script da natureza, em sua totalidade, não é baseado na emocionalidade. Tudo ocorre de maneira simétrica, perfeita e precisa. A emoção é justamente o contrário - como aprendemos por experência e estudo - assimétrica, imperfeita e imprecisa. E esta sim é a característica que difere a raça humana, o homo-sapiens (sapiens) dos demais seres vivos existentes ou "existidos".

Enfim, o meu ponto é. Não deixe a razão prevalecer em sua vida. Você é humano, este é o grande erro. E você é imperfeito, não tente ser o contrário. Viva suas emoções, abuse delas, alimente-se delas. Torne-se único, ímpar. As grandes descobertas decorrentes da "razão" (renascentistas caloteiros) foram, sem dúvidas, banhadas em emoção. Até porquê, quando estamos perto do fim de uma busca, banhamo-nos em emoções.
Você é humano, a razão, atualmente, é o que te faz ser aceito pelos outros humanos. Emoção é o que lhe causa prazer, momentos e lapsos de real sede de viver. Não seja hipócrita em dizer que a razão pode proporcionar-lhe prazer, satisfação e orgulho. É altamente superficial. O que aprofunda os sentimentos, causa a sensação de força, liberdade, e o que realmente nos faz chegar perto do real prazer é a simples e pura emoção.
Não sei se estou realmente sendo coerente neste texto, mas hoje, só parei e pensei: "Puxa! Estou me tornando um chato, frio e cauculista... racional! Me sinto um robô.".
Emoção é a nossa dádiva e nosso martírio. Mas é o que nos faz tão especiais. O ser humano é o que mais tem facilidade em sentir, pressentir e ressentir sobre algo. Tais fatos não são manipulados pela razão. Sejamos humanos, associemos os opostos e vivamos da melhor maneira possível. Não deixe que um prevaleça sobre o outro. O meu medo é que... eu vejo... em um futuro próximo, uma sociedade cada vez mais racional... seremos robôs antes mesmo de criá-los à perfeição.
A raça humana não deve perder sua identidade.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sonhos

Abro os olhos, a noite passou em branco. Sem vultos, lembranças, desejos ou filmes em minha mente, enfim, sem sonhos. Olho para o teto, as rachaduras que vão dele até a parede podem me trazer problemas no futuro.

Futuro. Penso no futuro de outrora. Quando o porvir era algo natural, a simples sobreposição dos acontecimentos do cotidiano, um dia após o outro, a mesma pessoa sentindo novas emoções, vivendo novas experiências. Atualmente já percebo que eu nunca sou hoje o mesmo que fui ontem. Este que agora se levanta, nada tem a ver com aquele que ontem se deitou, talvez apenas “lembre” um pouco.

Caminho pelo corredor, tento afastar de minha mente as lembranças ruins. Lembro-me de um poema:

Tanto se perde

quando se busca viver

fora da vida, fora da tristeza das adversidades,

talvez, e apenas talvez,

viver de tristezas fosse melhor

do que viver de fantasmas.

Com esse pensamento abandono os fantasmas do corredor e deixo minha mente liberta. Preciso comer algo. Vou à cozinha e preparo um achocolatado. Enquanto me alimento lembro dos sonhos do passado. Das mulheres, dos estudos, dos amigos e projetos. Da forma como me envolvia até o âmago com isso. Do velho costume de saltar de peito aberto em direção aos desejos mais pueris.

Ligo a TV, vejo uma propaganda com pessoas felizes dizendo que sonhar é preciso. Desligo.

Já ouvi e pensei muito sobre sonhos. Não tenho nada contra eles. Particularmente, não perco uma oportunidade para devaneios e sonhos. Só que é um pouco nostálgico pensar nisso, pois já aprendi a duras penas o quão triste é o construtor de castelos de areia que não teme a proximidade do mar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Pessoas que não sabem usar o elevador



Moro em apartamento desde que nasci, e me mudei para um prédio com elevadores aos 7 anos de idade. Para um garoto dessa idade, o fato de ter um elevador "particular" era como ir no shopping somente para subir na escada rolante: uma aventura! Eu o usava todos os dias, mais vezes que o necessário, somente pelo prazer de poder subir e descer, e ver as luzes acendendo e apagando. Com o tempo, o elevador de meu prédio e eu criamos uma certa intimidade. Eu tenho cronometrado na mente os tempos certos de abrir de fechar a porta para que a viagem seja mais rápida, sei pelos sons quando já está na época de manutenção, quando o elevador para, sei dizer exatamente em qual andar está, mesmo sem ter o contador de andares dentro da cabine. Sei quando cabe mais uma pessoa, ou quando os ocupantes estão sendo mal-educados ao dizer que não há espaço. Essa é minha relação com elevadores. Cresci com eles, o que os torna algo natural para mim. Mesmo pessoas que não tenham passado sua infância em elevadores, mas que moram em cidades de porte ao menos médio, encontram elevadores corriqueiramente.
Infelizmente há pessoas que são resistentes à certas tecnologias. Não, não digo que sejam resistentes aos elevadores não. Elas ignoram algo mais simples: lógica e sinalização.
Recentemente estava dentro do elevador, indo do térreo a meu apartamento, e o elevador desceu um andar, até o subsolo/garagem para atender a um chamado. Ao chegar lá, um home de terno, bem aprumado, abre a porta e me pergunta:
P: "Está subindo?"
O que eu respondo a um sujeito desses? Simplesmente, da mesma forma que não é possível comer mais biscoitos de um pacote depois que se come o último, não é possível que o elevador desça mais, depois de ter atingido o último andar de baixo. É uma questão de lógica básica.
R1: "Não, eu sou o porteiro do prédio. Este é o horário de descanso do elevador. Estou levando-o para a garagem de elevadores, abaixo do subsolo, para que ele possa repousar. Por favor, chame o outro."
R2: "Não, aqui é mais moderno. O elevador fica parado, e é o prédio que desce."
R3: "Não, esse aqui só desce cara, e o elevador que sobe tá em manutenção. Tu vai ter que subir de escada."
Impossível escrever aqui todas as respostas que esse sujeito merecia.

Acima e abaixo dos botões usados para chamar o elevador, do lado de fora da cabine, existem setas luminosas que indicam a direção para a qual o elevador se dirige no momento. Se apontam para cima, o elevador está subindo. Se apontam para baixo... isso mesmo! Ele está descendo. A seta: um dos símbolos mais simples e intuitivos criados pelo homem! Ignorado por muitos. Toda pessoa abre a maldita porta do elevador para perguntar se está subindo ou descendo. Por quê, ó céus? O ato de abrir e fechar a porta aumenta a demora na viagem. Se não bastasse abrir e fechar, a pessoa ainda demora, olha pra você, formula a frase, e depois de dada a resposta, ainda teima uns instantes antes de fechar a porta. Se ela olhasse para as setas, saberia a para onde vai o elevador, sem ter que atrapalhar a viagem de ninguém. Além disso, que diferença faz se o elevador sobe ou desce? Entra logo nesta merda! Você vai entrar nele na volta, não vai? Que diferença faz esperar aí fora ou aqui dentro? Já que abriu a porcaria da porta, entra e fica quieto! Sem contar que entrando de uma vez no elevador, evita-se o risco de que na volta ele esteja cheio, sem espaço para você, e evita-se a espera por um novo embarque.
Poxa, não é possível. Nego usa GPS em celular, baixa e quebra código de todo e qualquer programa na internet, escreve HTML, sabe de cor toda composição química dos produtos usados para fazer uma escova inteligente, fala outras línguas, seilá, sabem fazer um monte de coisas complicadas, mas não sabem usar a merda do elevador. Como será que esse povo atravessa a rua? A bolinha verde é pros carros hein pessoal!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sentimento incalculável

É estranho perceber de repente como é viver em função de alguém, perceber que o que se sente por esse alguém progride tanto que aquele paralelismo inicial torna-se obtuso, e à proporção que nos distanciamos o medo se torna irracional e o mundo nos parece irreal.
Enquanto ainda me domino, sua imagem é simetricamente determinada pela possível perfeição, que deriva totalmente de sua beleza, coordenando meus desejos e tirando do eixo qualquer membro simples desse mundo complexo.
Escalonar tantos sentimentos parece difícil, quando todos me integram, e no final equalizam como fator determinante, que condiciona a minha existência: você.
Durante as frações da minha vida, nos períodos em que meu coração batia com freqüência só desejei que ficássemos juntos por um tempo que tendesse ao infinito.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Teoria Sociológica das Equações



Muitos estudantes encaram a Matemática de “cara feia”, com medo, sentindo até mesmo certa repulsa por essa belíssima disciplina. Geralmente esses mesmos estudantes são os que costumam se interessar pelas disciplinas humanas como História, Literatura e Geografia, ou pelas biológicas. Não tiro sua razão, já que a Matemática costuma se apresentar como algo distante da realidade deste estudantes, exigindo muitas vezes uma determinada abstração que não é íntima deles. Tentando encontrar um modo mais fácil de explicar exercícios de equação a alguns colegas de cursinho, cheguei a algo interessante, que chamarei aqui de “A Teoria Sociológica das Equações”.
Grosseiramente falando, equações são expressões numéricas compostas por incógnitas e coeficientes, algo como: ax + b = 0, usando um exemplo bem simples, onde a e b são os coeficientes, números reais (qualquer número entre - infinito e + infinito), e x é a nossa incógnita – o valor que desejamos encontrar - também um número real. A palavra expressão é também utilizada na disciplina de língua portuguesa como sendo o ato de exprimir ou manifestar algo. Exprimir, por sua vez, significa dizer, dar e entender, revelar, significar. Comparando a expressão matemática com a lingüística, podemos dizer que a equação então, é um todo dotado de significado, de sentido, e indo um pouquinho mais longe, é como se fosse uma pequena anedota numérica. Uma anedota que irá nos revelar a estória do pequenino x e sua jornada, buscando encontrar seu valor dentro de uma sociedade formada por números.
Devemos encarar o nosso amigo x como um indivíduo perdido, que tem noção de sua existência, sabe que é um número mas que não sabe qual é. Muito diferentes são os outros números, como por exemplo o 12, ou o 47, que além de serem independentes e auto-afirmados, têm seu valor reconhecido como tal por toda a sociedade numérica: este é o sonho de todo x. Veja que os outros número também não sabem quem é o x, o que torna a estória de nosso amigo ainda mais dramática, já que não adianta simplesmente perguntar ao mestre 0: “Ei! Onde eu me encaixo?”
Para a felicidade de x, ele sabe, pelo menos, que é um número, que está dentro da sociedade dos números e, como qualquer indivíduo dentro de uma sociedade, sofre influência daqueles à sua volta. Ele sabe também que os que o rodeiam têm uma forma bastante particular de se relacionar. Em equações/anedotas mais simples, os números se relacionam de quatro formas básicas: subtração, soma, divisão e multiplicação. Nossa primeira historinha será assim, simples.
Imaginemos que nos foram apresentados os seguintes personagens, neste cenário:
4x + 2 = 0
Vemos que x está inserido numa historinha com os números 4 e 2. Como qualquer indivíduo que vê um acontecimento por dentro, participando dele, fica difícil para o pequeno x visualizar o todo. Deve ser observado também que, já que x ainda não sabe quem é, não pode se relacionar com os outros números. Ele apenas sofre influências. Diferentemente das estórias comuns, nas anedotas matemáticas nós participamos e somos fundamentais para que ela chegue a seu fim. Vamos dar então ao x uma nova perspectiva afastando-o um pouco dos outros números, para que se possa ver melhor as influências sofridas por ele, e como ocorrem os relacionamentos entre os números à sua volta.
Primeiro o 2:
4x = -2
Repare que x agora enxerga o número 2 de uma outra forma, impossível antes dessa mudança de perspectiva.
Depois mudamos o 4:
x =-2/4
Vendo tudo por outro ângulo, x pode finalmente perceber as as influências que eram exercidas sobre ele, e como se relacionam 4 e 2. O resultado desse relacionamento é:
x = -0,5
Finalmente nosso amigo encontrou seu verdadeiro valor, o que não seria possível sem a nossa ajuda, é claro! E com isso ele já sabe qual seu lugar na imensa e complexa sociedade numérica, como ele pode se relacionar com os outros números e que influências ele terá em cada um através de suas relações. X, ou melhor, -0,5 pode agora se considerar realizado, e pronto a encarar um futuro cheio de aventuras pelo mundo mágico dos números. Quem sabe ele não ajuda um outro número como ele a se encontrar?
E é assim que funciona a “Teoria Sociológica das Equações”. Comparando números a indivíduos e relações sociais a operações matemáticas, conseguimos uma abordagem mais humanizada desta tão bela disciplina, aproximando-a daqueles estudantes que por um motivo ou outro sentem maior afinidade pelas ciências humanas.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sem caminho ou final



Uma coisa que muitos filósofos, sociólogos e estudiosos tentaram teorizar é a felicidade. Sou nada disso, mas é minha vez.
Depois de algumas conversas, percepções sociais e leituras, percebi que a felicidade se divide em dois ramos para o humano: o caminho e o fim. O caminho porque sempre buscam fazer as coisas da melhor maneira, no sentido de mais agradável e confortável; o fim, por sua vez, é o tesouro no fim desse caminho, o que todos dizem buscar, a tal da felicidade. Claro que, por essa observação, elas não podem ser coexistentes (afinal, por que procuraríamos algo que está no nosso caminho?), então isso gerou o meu pensamento: se é o caminho, o que buscamos? Se é o final, quando a conseguimos, e o que faremos com ela?
Para tentar, e sinceramente não consegui e sei que não conseguirei, responder a isso pensei em como adquirimos a felicidade. Pensei em duas hipóteses: a de que ela é ligada aos sentimentos e a de que ela é ligada a satisfação dos instintos.
Alguns podem discordar de mim, mas por algumas observações percebi que as pessoas se tornam mais emotivas quando felizes (uma vez me contestaram sobre as pessoas extremamente tristes que chegam a se suicidar, que isso era emoção. Eu pensei e respondi que na verdade é pura razão, quando não se pode mais se manter vivo, sofrer seria desperdício de energia, então se matam...). Sendo assim quanto mais feliz, mais irracional. Logo poderíamos dizer que animais, irracionais, são extremamente felizes, e como só vivem para satisfazer seus instintos, a felicidade estaria nisso. Logo seria mais apropriado liga-la ao caminho, já que nos satisfazemos a todo instante, para nos sentirmos melhores, e atravessar a vida de forma mais agradável. Para que, se vamos morrer? Talvez não haja nada mesmo no final da vida, já que falamos dos animais, e é só para tornar o que podemos melhor.
Quanto aos nossos sentimentos, traze-nos a mais uma discussão: o que nos diferencia dos animais, razão ou sentimentos? Se a razão é você fazer o que te parece certo, melhor para você e sua sobrevivência, animais seriam racionais? E se o que nos põe a pensar e tentar entender tudo, e dominar, é o sentimento de poder? Seriam os sentimentos que nos diferenciam. Por isso, eu diria, que existem dois tipos de escolha, o casamento, por exemplo, aquele por amor, que te deixa feliz, e aquele com a pessoa bonita, para consertar seus “erros” físicos na próxima geração e aumentar as chances dos seus genes sobreviverem, altamente ligado a instintos. Sendo o amor nosso sentimento, que nos torna felizes, por esse ponto de vista, a felicidade estaria ligada ao sentimentalismo, e aparece quando juntamos coisas que nos fazem sentir bem. E coletando todas essas coisas, um dia, viramos para trás e dizemos que fomos felizes, e sem perceber esse é o nosso tesouro no fim do caminho.
Se você leu até aqui percebeu que não cheguei a solução qualquer, e que, apesar de estar me baseando em outros, tudo são reflexões minhas, pensadas, passadas, argumentadas, com antíteses, e que continuo na mesma.
Sugestão: tantos outros já pararam pra pensar nisso, até mais tempo que eu, e chegaram a mesma conclusão desse texto. Então não pare para pensar nisso, somente viva.


O paradoxo da idade humana

Li uma passagem realmente fascinante, diga-se de passagem, em um livro que não gera a impressão de deixar mensagens fascinantes. Harry Potter. Sim, senhoras. No quinto livro do Bruxo inventado por J.K. Rowling, o diretor da escola de magia de Hogwarts, Alvo Dumbledore, ao prenunciar uma falha cometida por ele em relação ao protagonista, Harry, declara o martírio dos idosos na hora do trato aos jovens. (A passagem está dentre os 3 capítulos finais, é pouca coisa, se lhe interessa procurar...)
Todos sabemos que a relação jovem x idoso é sempre coberta por muito respeito, até por quê, naturalmente, sempre temos (falo como um jovem) a impressão de que o idoso que tratamos terá uma resposta para toda e qualquer pergunta, é sabido também que tem mais experiência de vida e, consequentemente, evitamos entrar em embates com estes adoráveis humanos "bem-passados".
Como ainda não passamos por tal fase, nosso respeito só aumenta, uma vez que a vivência é uma das qualidades que mais admiramos em outros seres humanos.
Em contrapartida, muitas vezes somos tratados como crianças pelos mais velhos. Tratam-nos como se não soubéssemos de nada e não temos experiência alguma, só pelo fato de sermos novos. Outras tantas vezes, martirizam nossa opinião, "cortam" o nosso espírito de luta e definem a maioria de nossas ideologias como tolas e mal-pensados. "Falta-lhe tempo e aprendizado para tornar-te mais sólido, filho.".
Até agora, não há novidade no que tenho dito.
Mas, voltando a passagem do livro (por mais que pareça bobinha, realmente me alertou a este conceito, e, tal, não baseia-se na velha discussão de que "Tamanho não é documento", no caso "Idade não é documento"), Dumbledore, ao declarar sua falta de confiança em Harry a contar-lhe um segredo, deixa evidente seu arrependimento, e declara, sem meias-palavras que o grande culpado de tal desconfiança fora esta relação (idoso x jovem). Acreditara que o menino Potter era novo demais e demasiado incapaz de receber tal informação, crucial para sua vida doravante.
O presente "erro" de Dumbledore fora esquecer-se, de que um dia fora jovem e, tinha as mesmas sensações sobre os velhos como sabia que Harry teria para com ele. Esta conclusão me alertou sobre o assunto e me fez refletir sobre a mesma. Percebi, que sempre tinha esta sensação, só não conseguia defini-la. Que nossos pais, avós, bisavós já foram jovens um dia e, tendo sido, nada mais normal do que rebuscar suas memórias para que melhor avaliem nossas angústias e concepções em geral. Sempre temos a impressão de que eles já nasceram VELHOS!
Ainda hei de conversar com uma avó minha sobre isso, tomei-me de curiosidade a saber mais sobre sua vida como jovem. Realmente acho que terei resultados interessantes.
Por mais que o tema pareça ignóbil e de indigno valor para muitos, vale bastante para o trato humano e, igualmente, para o CONtrato humano...
Nós, como jovens, naturalmente, não sabemos o que é ser idoso. Deste modo, o lado compreensivo da relação deve ser, em sua maior parte, o dos velhos. Eles um dia souberam o que é ser jovem e, certamente, ainda não o esqueceram. Imagino o quanto não seja nostálgico a eles pensar nisso...

Brinquedo Mestiço

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Clepsidra

A humanidade já enxergou o tempo de formas muito diferentes, na Grécia Antiga existiam palavras diferentes para denominá-lo dependendo do fim que fosse dado a ele, mas hoje não quero falar da forma como vemos o tempo, mas sim da forma como o sentimos.

Durante toda a nossa vida tentamos aprisionar algo que é infinito e desconhecido em gaiolas, máquinas, para sentir que estamos seguros, pois o próximo segundo sempre virá dentro da lógica que impomos sobre este gigante invisível.
Mas nossa razão nunca será suficientemente grande para se sobrepor ao infinito, por mais que o observemos e estudemos.



Por isso sou apaixonado pelas clepsidras, relógios de água, que parecem tentar nos mostrar que somos apenas crianças brincando na mão do tempo. As clepsidras não são precisas, e o que na vida é realmente preciso? O tempo, posso afirmar que não é por experiência própria.

Se todos os segundos são iguais, por que alguns se tornam séculos e outros são consumidos em uma velocidade vertiginosa? Por que na presença dos seres que amamos o tempo parece parar? Essas são perguntas que nossa lógica não é capaz de responder de forma satisfatória.

Por este motivo ouso afirmar que dentro da mente, coração, alma, ou seja lá como você queira chamar, existe uma clepsidra, que mede o tempo de uma forma que só se enquadra a você, não importando-se com a “ordem cronológica” que nos obrigaram a aceitar.

Então, que tal na próxima vez em que você pensar em olhar no relógio, você simplesmente fechar os olhas e sentir o tempo passar?

A.A.A.

Paixões

Não tenha paixões. Ao menos, não paixões eternas. Algo que dura muito acaba por definhar e arrastar-se mendigando a existência. Não seja um apaixonado, faça melhor, se apaixone. O melhor momento da paixão é o ato de se apaixonar, portanto se apaixone diversas vezes na semana, até mesmo no dia.
Uma paixão real é vivida se apaixonando a cada dia pela pessoa amada, a cada sorriso, a cada olhar, a cada leve toque, se descobrindo um novo sentimento que fazendo parte do antigo o transforma e o renova.
Não tenha medo de se apaixonar, as maiores decepções ocorrem por coisas que deixamos de fazer, nunca pelas que fazemos. Os maiores erros são aqueles que não cometemos. Os maiores remorsos são frutos das ações que o receio nos impediu de praticar.
Muitos fatores impedem, assustam, causam receio. Mas nenhum é tão desesperador quanto a distância. A distância machuca grandemente um coração apaixonado, por isso há tanto temor em relação a ela. Aprenda agora. A distância gera a dor da saudade, mas assim como a dor física lhe mostra que estás vivo, a dor da alma lhe mostra quem realmente ama, e por quem estás disposto a lutar!
“Porque eu sei que é amor, eu não peço nada em troca, porque eu sei que é amor, eu não peço nenhuma prova!”

O pequeno mosquito estereotipado por um INSANO



As circunstâncias que me levaram a concretização deste texto não serão expostas. Só posso afirmar que estava longe do chão e em um momento ímpar. Minha fonte de inspiração... um mosquito! Reles e banal... completo e genial!
Aí segue a parafernália:

Um pequeno inseto do meu sangue bebeu... dois movimentos e ficara desnorteado...
pobre coitado, meu sangue estava envenenado
O suficiente para ter o reles prazer de vê-lo sangrar, ver o meu líquido vital esparramado pelo chão.
É, pequeno mosquito, o veneno que corria em minhas correntes estava repleto de arrependimento, culpa, mágoa, solidão, melancolia e vagueza. Um vazio indescritivelmente brando e denso. Era como se estivesse encapsulado em gelatina.
A verdade é que, ao provar do meu veneno, pequeno mosquito, assinaste tua sentença de morte. E realmente não acredito que isto seja um castigo. Morrer em um mundo tão ininteligível, intolerante, ininterruptamente corrupto, intragável e intransigente, não é um castigo. Pagaste com tua indiferente vida o sacrilégio de um humano patife. Seu sangue burlado, seu sangue abençoado, seu sangue amaldiçoado.
A dúvida sobre sua, minha existência perdurará eternamente, meu pequeno mosquito. Meu sangue é o nosso elo. Meu sangue é o nosso martírio. Meu sangue é nossa vida e a nossa morte.


In memorian, ao meu pequeno mosquito. 


Ass.: O Brinquedo Mestiço

Coisas que me irritam




Inspirado por um dos temas dados durante as aulas de redação no cursinho resolvi iniciar este blog de uma vez, com a abertura de uma seção, que tenho certeza, acharão muito interessante:



Coisas que me irritam:

Já te perguntaram alguma vez qual é a coisa que mais te irrita? Me fizeram essa pergunta na semana passada. Pensei: “Beleza! Perguntinha besta. Tá no papo!” O problema é que quando fui responder, o autor da pergunta me fala: “Não vale dizer zumbido de mosquitos, nem gente falsa, nem nenhuma dessas coisas que irritam a todos.” Pombas! Já sei que me irrita muito gente que faz perguntas em duas partes.

Fiquei pensando na tal pergunta, que preferi não responder na hora, e descobri que não sou uma pessoa muito “cri-cri” para a maioria das coisas que irritam a outros. A maioria das coisas que incomodam as pessoas à minha volta, por mim, passam despercebidas, como por exemplo, pessoas chatas. Muitos amigos meus chegam a atravessar a rua, só para não ter que ficar cinco minutos com um chato. Eu já não ligo para isso. Cumprimento, converso, e às vezes o encontro é até agradável. Quando não, pelo menos saio satisfeito por ter treinado minha cordialidade.

Mas inversamente, descobri que coisas que não incomodam aos que estão ao meu redor, podem me deixar louco de raiva. Ao final de uma semana de muito pensar, descobri um número bastante significativo de coisas que me deixam deveras irritado, sendo a primeira delas: o Repórter de Futebol.

Todo jogo é a mesma coisa. Logo ao final da partida o jornalista pergunta a um dos jogadores, na beirada do campo: “E aí Fulano, como foi o jogo?” Cacete! Ele acabou de ver o jogo. Eu acabei de ver o jogo. Todos os telespectadores da Rede GLOBO Internacional, inclusive os do JaPÃO(!) viram a porcaria do jogo. Qual a razão de se perguntar isso então? O repórter, além de estar à beira do campo, com uma visão muito mais privilegiada que a do jogador, ainda pôde acompanhar pela televisão, com visão panorâmica, assim como eu e todos os demais telespectadores. Porque perguntar isso à pessoa que menos viu do jogo? Não me surpreende as respostas dos jogadores serem sempre as mesmas. Outra pegunta que me tira do sério é: “E aí Fulano, qual a sensação de ter feito dois gols hoje?” Putaqueopariu! Será que este maldito repórter nunca fez dois gols numa partida de futebol pelo intercolegial? Será que o meu estimado colega telespectador nunca marcou um gol no solteiros contra casados, para precisar que o repórter faça esse tipo de pergunta na TV? Quem é que quer saber qual a maldita sensação de Fulano em fazer dois gols no time adversário? Ótima, tenho certeza!

Seriam infinitas as perguntas idiotas que eu poderia exemplificar aqui, mas o post ficaria praticamente infinito. É por isso que eu adoro assistir às coletivas de imprensa do Renato Gaúcho. Esse sabe como falar com os repórteres. Quero que meu filho seja jogador de futebol, só pra ensiná-lo a dar boas respostas aos repórteres.