domingo, 26 de junho de 2011

Homenagem a um amigo

A saudade de tempos não muito remotos às vezes aperta, e na iminência da loucura decorrente da falta que estes amigos fazem, realizamos loucuras como essa:



Forte abraço!

domingo, 5 de junho de 2011

Definição

Tão genérico que cabe em qualquer oração
Tão omisso que se esconde em todo coração
Tão estranho que se difere no individual
Tão confuso que todos levam para o pessoal
Tão misterioso que é difícil entender
Tão poderoso que ninguém quer perder
Tão sonhador que dá vontade de voar
Tão alucinante que dá margens para viajar
Há vezes
Tão triste que se pensa em desistir
Outrora
Tão feliz que só se consegue progredir
Tão calado que só se pode ouvir
a respiração, o tocar e o olhar
Tão iluminado como uma fonte de luz
de razão, de pensamento e sentimento
Tão próprio que não sei mais como definir
Tão genérico que coube nessa oração

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Game of Thrones - Petyr "Mindinho" Baelish - O Cafetão.

- Oooohhh... Sim.....

- Assim, ohhhh, sim.....

- SIM... OHHHHH... SIM.....

Não, não, não, não.

Foi assim que te ensinaram no norte?

E você, de onde quer que você venha...

Tem idéia de quão ridícula você parece?

Alguma de vocês entende o que eu estou dizendo?

- Sim, meu senhor.

Que tal recomeçarmos?

Vamos?

Você vai ser o homem e você a mulher.

Vamos lá.

Devagar.

Não estão enganando eles.

Eles pagaram vocês.

Sabem o que vocês são.

Eles sabem que é tudo encenação.

O trabalho de você é fazê-los esquecer o que sabem.

E isso requer tempo.

É preciso ter calma.

Vá em frente.

Tenha calma.

Ele está ganhando você apesar ser quem é.

Você está começando a gostar disso.

Ele quer acreditar em você.

Ele se diverte com o pau dele desde pequeno, porque você não iria se divertir?

Ele sabe que é melhor que os outros homens.

No fundo ele sempre soube.

Agora ele tem provas disso.

Ele é tão bom, que toca algo fundo em você, que ninguém sabia existir.

Superando a sua própria natureza.

- Por que não junta-se a nós, meu senhor?

Estou me guardando para outra pessoa.

- O que ela não sabe, não a machuca.

Um ditado estúpido.

O que não sabemos, geralmente é o que nos mata.

- Ela deve ser muito bonita.

Não. Na verdade, não.

Mas de uma linhagem impecável.

- Acho que meu senhor está apaixonado.

Por muitos anos.

Na verdade, a maior parte da minha vida.

E ela me amava também.

Eu era seu confidente.

Seu brinquedinho.

Podia me contar qualquer coisa.

Qualquer coisa, mesmo.

Ela me contou sobre os cavalos que gostava.

O castelo que ela queria viver.

O homem com quem se casaria.

Um homem do norte, com um queixo de bigorna.

Então eu o desafiei para um duelo.

Por que não?

Li todas as histórias.

O pequeno herói sempre vence o vilão nas histórias.

No final, ela não o deixou me matar.

“É apenas um garoto.”

Ela disse.

“Por favor, não o machuque.”

Ele me deu uma bela cicatriz, e eles foram embora.

- Ela está casada ele?

Não. Ele foi morto antes do casamento.

E ela acabou com o irmão dele.

Um homem mais impressionante.

Ela o ama.

Eu temo ele.

E por que não?

Quer dizer...

Quem se compararia a ele?

Ele é tão... bom.

Sabe o que aprendi perdendo aquele duelo?

Aprendi que nunca ganharia.

Não daquele modo.

Aquele é o jogo deles.

As regras deles.

Não vou lutar contra eles.

Vou fodê-los.

É isso que eu sei fazer.

É o que sou.

E apenas admitindo o que somos, conseguimos o que queremos.

- E o que você quer?

Tudo, minha queria.

Tudo o que existe.

Agora vão se lavar.

Ambas trabalharão à noite.


Ps: Trecho do seriado "Game of Thrones" da HBO. Recomendo fortemente a todos, é fantástico.

Histórias contadas pelo Vento - Parte I

O Senhor dos Mundos estava sentado em seu trono
Dali observava toda a realidade através de milhares de espelhos
Seu olhar era triste, pois a lembrança de sua amada ainda lhe doía o peito

Ela partiu há muito tempo,
Em seu ventre, Ilusão, carregava o único herdeiro do Senhor dos Mundos
O Destino.

Por ande andará a Ilusão?
Dizem que nunca saiu do castelo,
Mas pelos seus espelhos, o Senhor dos Mundos não a encontra

Após muito refletir resolve perguntar ao seu irmão o que deve fazer
O Tempo é um ser difícil de encontrar, até mesmo para o Senhor dos Mundos
E suas respostas nem sempre são satisfatórias

Conto de uma noite sem estrelas


Rafael olha para o espelho consternado. Por que ele não conseguia ser mais ativo, mais... Ele sequer sabia o que queria ou precisava ser para se sentir melhor. Olhava agora para seu próprio rosto abatido pelo dia de trabalho. Novamente não conseguira falar com Elisa. Sua falta de atitude já estava deixando-o louco.

O que se passou foi o seguinte. Rafael trabalha como advogado em uma corretora e se apaixonou perdidamente pela nova gerente de marketing, a já citada Elisa. Assim, ele decidiu que na primeira oportunidade ele se aproximaria. Era fácil, “É só agir naturalmente” dizia para si mesmo. Infelizmente nosso amigo parecia ignorar a incompletude da natureza humana que impede a existência de um “modo de agir natural”.

Rafael a via quatro vezes por dia. Quando ela chegava ao trabalho e ia para o escritório, quando saia e voltava do almoço, e quando ia embora do serviço. Os superiores de Rafael não cessavam de elogiar o compromisso dele com a empresa, de uns tempos pra cá era sempre o primeiro a chegar e um dos últimos a deixar o local. Entretanto não deixavam de ressaltar que essa disposição não era acompanhada de um desempenho semelhante. Rafael vinha se mostrando distraído. Uma pena.

Todas as manhãs, por volta das 8:30h ela saia do elevador e caminhava em direção a seu escritório. Sempre impecavelmente vestida, cabelos negros, não muito longos, rosto fino e bronzeado. Como ela arrumava tempo para se bronzear?

Ao vê-la entrar Rafael pensava no que poderia acontecer. Um dia percebeu que ela poderia vir pedir-lhe uma informação sobre a empresa. Será que ele parecia um homem mais experiente e confiável a ponto de virem pedir-lhe uma informação? Uma vez ele ouvira que homens com barba expressam mais confiança. Seria uma boa ideia deixar a barba crescer um pouco. Um advogado precisa expressar confiança.

O horário de almoço é entre 12:00h e 13:30h. Enquanto Elisa não sai Rafael sempre tem algum trabalho urgente a fazer. Normalmente ela sai passa por ele e não o nota. Rafael já leu que uma boa gravata faz qualquer homem ser notado.

Elisa sempre volta do almoço com um suco ou refrigerante em mãos. Se um dia ela derramar esse suco uma pessoa que tenha um lenço a oferecer pode se aproximar tranquilamente. Rafael sempre achou lenços muito uteis.

O horário de saída é 17:30h. Dependendo das dificuldades do departamento de marketing Rafael sai muito atrasado da empresa. Ele poderia pegar o mesmo elevador que ela. Mas as pessoas poderiam falar, e esse tipo de situação é muito embaraçosa no trabalho. Se ele saísse um pouco na frente, ela que entraria no elevador com ele. Se algum dia ela entrar no elevador depois dele com certeza ele a convidará para sair. Rafael viu em um filme que, para convidar uma mulher para sair, o ideal é que se esteja trajando algo mais jovial.

Esse é o cotidiano de Rafael. Seu trabalho se tornou uma torcida para que alguma dessas inúmeras oportunidades surja.

Mas hoje, algo inesperado aconteceu. Às 9:30, completamente fora do horário padrão, Elisa saiu de sua sala como que procurando algo, parou diante da mesa de Rafael, sorriu e disse:

- Olá, bom dia. Acabou o papel da minha impressora, o senhor poderia me arranjar algum?

Rafael ficou estático e só conseguiu responder:

- Papel..?..

Elisa olhou para o sujeito a sua frente, com a barba por fazer, uma gravata roxa com listras pretas, lenço para fora do bolso da camisa social e um tênis adidas aparecendo por debaixo da mesa, e não compreendeu muito bem o que se passava. Estava na empresa a poucas semanas, ainda não conhecia os funcionários, mas aquele individuo se mostrava extremamente atípico.

Enquanto isso Rafael pensava desesperadamente. Papel, papel...!!! Eu tenho papel? Acho que não. Ela me chamou de senhor, devo dizer para ela que não há necessidade disso? Não!! Vai ser muito informal, ela vai perceber minhas intenções. E o papel? Quem aqui tem papel? Por que ela está me olhando desse jeito, será que estou fazendo uma cara estranha? Odeio não ter um espelho.

Então Thiago levantou-se de uma mesa próxima e informou que tinha papel, e que fazia questão de instalá-lo na impressora, a despeito dos dizeres de Elisa de que “Não precisa, imagina!”. Após uma breve conversa eles resolveram sair para almoçar juntos, e ao fim do expediente Thiago pegou o telefone de Elisa, para o caso da “Necessidade de um contato”. Eles desceram juntos pelo elevador. E ninguém comentou nada, sequer perceberam os interesses dele! “Que sociedade cega e imoral essa na qual vivemos!” pensou Rafael.


Em frente ao espelho de seu banheiro Rafael remoía os acontecimentos do dia. “Claro! Como eu nunca pensei em convidá-la para almoçar?! Muito menos invasivo.” Era sua culpa. Tudo sua culpa.

Entretanto, pensando melhor, ela poderia ter feito tantas coisas, por que ela tinha que ir pedir-lhe papel? Uma coisa tão idiota, quem se aproxima de alguém por causa de papel?!? E ainda mais em um horário tão despropositado! Sem sombra de dúvidas a culpa foi dela. Tudo culpa dela! Com esse raciocínio Rafael arrematou sua noite antes de ir dormir pensando:

- Azar o dela, tinha tantas opções para dar certo entre nós. Agora vai ficar com aquele sujeito que ela mal conhece, tadinha.

E assim ele conseguiu dormir em paz.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Nada que me impeça




Tão distante quanto eu planejava
achei que onde estou nada me encontraria
e hoje vejo a lua que ontem eu esperava
que me faz sentir o que há tempos não sentia

Tão simples que não sei o que há comigo
costumo pensar com meus pés no chão
agora procuro como me abrigo
ou enfrento essa estranha sensação

Não sei se foi o tempo
ou o que aconteceu
só que não conheço
o que um dia foi eu

Não sei se foi a estrada
ou alguma coisa que interessa
parece que não existe
mais nada que me impeça

O sorriso no espelho agora faz sentido
meus olhos me contam sobre o que passei
a passos curtos pelo caminho escolhido
com esperança de encontrar o que sonhei

Agora o dia segue com uma luz a mais
e a chuva da madrugada não perturba meu ouvido
o frio não incomoda como a dias atrás
então eu percebo que não estou mais perdido

Não sei se foi o tempo
ou o que aconteceu
só que não conheço
o que um dia foi eu

Não sei se foi a estrada
ou alguma coisa que interessa
parece que não existe
mais nada que me impeça