quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Por que?



Existe leite de soja, e leite de côco. Então por quê, se existe queijo de soja (tofú), não existe queijo de côco?

sábado, 25 de setembro de 2010

Réus confessos


Pelas ruas sinuosas o passado não mais se fazia presente.

Já não se perguntavam o porquê de tantas brigas e desentendimentos, apenas experimentavam aquele raro e novo momento de paz.

Não entendiam ainda como haviam chegado ali, eram apenas dois jovens enamorados em busca da realização de um sonho.

Engraçado os corações apaixonados, mesmo presentes em corpos já talhados pelo tempo, o que caracterizava a seriedade da maturidade, pulsavam com o mesmo ardor de outrora.

Fazia um pouco de frio lá fora, o vento gelado daquele início de outono levava embora todas as nódoas e mágoas fincadas naqueles âmagos inocentes. Nada tinha sido feito de maneira intencional, apenas inseguranças inerentes aos corpos inocentes.

A reconstrução daquele amor, agora mais sólido do que antes, tranqüilizava aquele jovem apaixonado. Era difícil controlar os impulsos perante àqueles que se atreviam em tocá-la.

Maldade não havia, mas julgamentos de uma sociedade vil e cruel não permitiam que seus integrantes se regozijassem ao raiar da liberdade.

Como água cristalina de nascente que brota da pedra mais bruta, seu íntimo se aquietava.

Ao ouvir as verdades ditas por bocas mudas, sentiu vergonha e quis morrer. Mas como deixar àquele que lhe era tão amado nessa terra de amarguras?

A melodia do céu triste que dava vigor não só àqueles que por ela sempre clamavam, assemelhava-se ao rosto umedecido fruto da vergonha alheia.

Tortuoso caminho adiante estava juntamente com toda a incerteza de um futuro desconhecido.

Apenas a liberdade os guiava por entre aquelas ruas testemunhas dos amantes incompreendidos, réus confessos do crime amor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Só te amo



Eu poderia fazer uma canção desesperada
Dizendo que a minha vida sem você não é nada
nela eu diria que lembro de você ao ver a lua
que um dia sonhei com você toda nua


Eu diria mais que a verdade
fugiria da minha realidade
Pensaria em sentimentos divinos
quando o que dizer é
Só te amo


Ler o que se pensa e sente nos olhos é impossível
Meu bem, só não diga que sou insensível
O mundo não é meu para eu te presentear
e as estrelas estão tão altas que nunca iremos tocar


Eu diria mais que o necessário
E gritaria sem dar conta do horário
Repetiria mil vezes por dia
quando o que dizer é
Só te amo

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Porque eu não votaria na Marina Silva, mas agora votarei


A princípio fiquei amedrontado em votar na candidata Marina Silva. Ela de fato se esforçou em fazer um bom trabalho enquanto Ministra do Meio Ambiente, mas ela possui uma característica que me incomodava: é protestante. Veja bem, não tenho problema nenhum com religião, até porque eu não tenho religião e, sendo assim não há como eu ter problemas com isso. No entanto, a própria Marina se disse crente da linha de pensamento Criacionista, que diz que Deus criou todas as formas de vida na Terra, e que as mesmas não evoluíram desde sua criação. Isso me pareceu muito contraditório no discurso de uma pessoa que diz ter sua vida modificada pela educação. 
No entanto, no decorrer de sua campanha, fui acompanhando os debates e entrevistas dados por ela, e ao longo desse tempo ela conseguiu me convencer e principalmente, me provar que suas crenças não atrapalhariam um seu possível governo. Então Marina, meu voto é seu!
Obs: sem contar que não encontrei até agora nenhum folheto de candidatos do PV jogado pelas ruas da cidade.

Denúncia

O pneu da minha bicicleta furou hoje, e tive que ir e voltar de ônibus do cursinho. Na volta tive uma surpresa muitíssimo desagradável. Do ponto de ônibus até minha casa são apenas dois quarteirões, e apenas nesse pequeno trecho pude encontrar, jogados pelo chão, mais de 50 panfletos de propaganda política. Fotografei um de cada candidato/coligação dos que estavam jogados:








Não iria votar mesmo na maioria deles, mas agora fiquei sem saber para quem dar meu segundo voto para Senador. O Sr, Picciani, que aparece com toda a família na 6ª foto, acabou de perdê-lo esta tarde. Desculpem-me se sou muito radical, mas não vejo a menor condição em  votar em pessoas, que antes mesmo de serem eleitas, e com o objetivo de serem eleitas, chegam e FODEM com a limpeza da minha rua. Queria saber onde cada um desses malditos mal-educados mora, e jogar tudo de volta por lá.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Histórias de ninguém

A cidade é bela quando você olha de cima. Qualquer coisa pode ser bela se você olhar de longe.

É o ano de 2010, estamos no outono, um outono sem folhas caindo ao sabor do vento, um outono tropical.

A cidade? Bem, essa cidade é maravilhosa nos lábios de poetas desavisados, mas é tenebrosa aos olhos de crianças famintas nos sinais. Estou no Rio de Janeiro. E há muitos lugares bem feios olhando de perto.

Através da respiração sinto o dinamismo dos carros a minha volta no momento em que o sinal abre. A cidade pulsa, enquanto caminho por suas veias. Junto comigo outros seis milhões de habitantes a fazem pulsar. Paro, respiro e lembro. Lembro que a parcela da população que sustenta com seu suor o pulso é vista como um câncer, o qual deve ser expurgado, esterilizado,afastado, periferizado...

Entro em um Shopping, estaciono o carro e caminho um pouco pelos corredores. Olho para as lojas desiludido com o que buscam as centenas de individuos que vejo. Mulheres que buscam formas de acentuar a beleza de um corpo perfeito que esconde uma alma podre, homens que usam dinheiro para mostrar seu poder aos demais, e assim continuarem a acreditar que detém tal poder, crianças que choram enlouquecidas por coisas que não desejam, apenas pelo prazer de ganhar, mesmo que com expressões frias, um carinho dos pais.

Deixo este antro da modernidade caminhando, irei andar um pouco a pé, lentamente, para olhar melhor, mais de perto, a cidade. Hoje tenho um pouco de tempo.

Não foi preciso caminhar muito para ver situações diversas. Homens e mulheres desesperados vendem futilidades por migalhas da riqueza imperial da cidade. Pelas janelas dos carros são lançados os pedaços de pão deste grande circo. Em uma barraquinha modesta há um homem com apenas uma nota de baixo valor nas mãos, ele olha para uma pequena tiara infantil. Seu olhar denuncia insegurança, ele sabe que não tem dinheiro para a tiara e para a janta, sua filha irá entender... Ele vira as costas e sai cabisbaixo, na capital do Império a plebe não tem direito a beleza, se a pobreza se torna bela, ela se torna mais simpática, e mais perigosa, deixe-mo-la imunda e detestável.

Volto ao estacionamento, pego meu carro, hoje vou trabalhar em Niterói. Vou para a ponte, pego um congestionamento no Vão Central, sorrio e olho a cidade, para vê-la de longe, novamente bela.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Porque eu não votaria no Serra.


Da mesma forma como discorri sobre um único motivo para não votar no candidato anterior, assim farei com o Serra. De fato existem muitas coisas que me levariam a não votar neste candidato, mas no caso dele, há um motivo especial, e que não costuma ser levado em conta pelos eleitores em geral: José Serra, por duas vezes seguidas, jogou os votos dados a ele fora.
Serra foi eleito em 2004 para o cargo de prefeito da cidade de São Paulo, tomando posse em 1º de Janeiro de 2005. Pouco mais de um ano após a posse, a 31 de Março de 2006, Serra abdicou(!) de seu cargo para concorrer às eleições governamentais daquele ano, deixando Gilberto Kassab em seu lugar. Ora, eu votei no Serra para ser prefeito! Imaginei que ele faria valer meu voto, e que faria tudo o que prometeu em campanha. O voto que confiei ao Kassab foi pensando que ele poderia vir a ser prefeito no caso de uma ausência inesperada do detentor do cargo, e não que o Serra fosse assim, se desfazer do cargo. Ele simplesmente jogou seus votos no lixo ao deixar de ser prefeito por livre e espontânea vontade.
No entanto, mesmo após menosprezar milhares de eleitores da cidade de São Paulo, Serra se elegeu governador do estado naquele ano, cargo que vinha ocupando desde 1º de Janeiro de 2007 até 2 de Abril de 2010. Serra então novamente abriu mão de ser governador, abandonou novamente suas responsabilidades, deixou outra pessoa cuidando do cargo para o qual ele fora eleito, a fim de se lançar candidato a presidente da República. Dessa vez ele simplesmente descartou votos de eleitores de todo o Estado, que por acaso é o Estado mais povoado da nação.
Na boa, quando eu voto num candidato, quero que ele cumpra suas promessas, quero que faça valer meu voto, quero que ele se empenhe em realizar suas funções como eleito da melhor forma possível. Não consigo admitir um candidato que usa da sua posição em cargo de destaque somente para se lançar a um mais alto, buscando mais poder. E não consigo admitir que ele se desfaça sem ter um bom motivo, no meio do mandato, do voto que eu dei a ele. Me sinto traído.
Não quero dizer que o Serra irá assim, se desfazer do cargo de presidente para se candidatar a dono do mundo. Não existe tal eleição. Mas essas atitudes deixam bem claro para mim que o objetivo do Sr. José Serra não é ser um bom governante, mas sim, ser bom para si e para os seus, desejando somente aumentar seu poderio político, social e econômico sobre os outros.

sábado, 4 de setembro de 2010

Porque eu não votaria na Dilma.



Essa é bem simples: Independente dos escândalos que aconteceram no governo Lula, independente do fato de ter sido um militante do PT o principal envolvido na fraude contra a filha do José Serra, e de quaisquer outras coisas ruins que se possa dizer da Dilma ou do atual governo, eu tenho um e apenas um motivo que me impede de votar na Dilma. E esse motivo é tão mais importante, que eu acredito que os demais poderiam vir a ser até mesmo ignorados.
"É o Lula apoiando Dilma, é a Dilma apoiando Collor."

Não posso de forma alguma aceitar, de qualquer pessoa que seja, uma única mensão positiva relacionada ao nome Fernando Afonso Collor de Melo. E dessa forma, não posso votar numa pessoa que dê créditos ao Collor como Governador de algo mais que o próprio nariz.