sábado, 10 de julho de 2010

Um banho de inspiração


Sinto-me inspirado como nunca antes nesse chuveiro. É impressionante como é difícil pensar em alguma coisa para escrever se não estiver tomando banho. O que é nada impressionante é como é ainda mais difícil escrever algo enquanto está tomando banho. Posso já começar rimando “entender” com “saber”... Melhor não... acho pobres rimas entre verbos no infinitivo. Posso rimar algum deles com “você”. Isso! Assim será.

Na verdade não sei se vou fazer versos rimados... São meio artificiais, sei lá. Vira e mexe sei que vou cair em lugares comuns, por exemplo rima com “ão”, certeza que vou ter pensado em, no mínimo, umas duas até me vestir. Por outro lado dão cadência à leitura e musicalidade, se pensar em fazer uma melodia em cima dela... É, vão ter rimas sim. E vou pensar em agora mesmo em uma com “ão”.

Sobre o que mesmo vou falar? Sentimentalismo barato de quinta categoria? Metalingüística batida da falta de assunto? Sendo feliz, dizendo que aproveito a vida quando, na verdade, estou escrevendo? Desilusão amorosa do fim do mundo dessa semana? Ou pessimismo da boca para fora e do dedo cruzado esperando que o texto fique bom?

A minha rima será “divisão” com.... Sabão! Droga... esqueci do sabão... Não vou me secar para sair do boxe, pegar um sabonete, voltar a tomar banho e depois me secar de novo. Pano de chão serve para isso... Isso! Será com “chão”.

“Manter em lugar fresco, protegido de luz intensa e longe do alcance de crianças” hehehehehe já tive vontade de beber shampoo. Na verdade acho que bebi uma vez, me lembro do gosto de sabão. Hehehehehe a mulherzinha que sempre fica aqui me vendo pelado não deve gostar muito de tomar sol, branquinha do jeito que é.

Será que os versos que fiz até agora soam bem? Vou ter que esperar até eu sair e falar para alguém escutar. Por que? Eu escuto o que falo. Mas eu vou falar sozinho? Ficar pensando em milhões de coisas aqui, cantar no chuveiro, gritar um palavrão quando me machucar, isso tudo é normal, mas falar sozinho é loucura. Mas ninguém vai ouvir mesmo, eu consigo conviver com esse segredo de “loucura temporária”. Ops... não é assim que costumo falar... Devo estar com vergonha de mim mesmo.

Posso citar sobre essa fluidez da água. Ou sobre sua propriedade de limpar, renovar, carregar as coisas. Os elementos naturais sempre são alvos de metáforas e comparações em canções, poemas, poesias. O fogo principalmente.

Pronto! Acabei... Desligar chuveiro, pegar a toalha e me vestir... Acabei o banho. Quanto ao que ia escrever, ou pelo menos pensar em escrever, não deu tempo, fica para o próximo banho. Ou não. Já que pensei nisso no último que tomei.



3 comentários:

Stéfs disse...

Igor,
Seu texto ficou espetacular!
Gostei muito!
Principalmente a parte do shampoo! hahaha

Aliás acho que o banho é um ótimo lugar para se ter inspirações!

Parabéns!
Beijos!

André M. Oliveira disse...

Muito bom o texto Igor.
Aonde vc estava quando teve essa idéia? Oo
hehehehehehe

Steh disse...

Adoro seu jeito de escrever...você sabe. Difícil entender o que se passa nessa sua cabeça!
Parabéns de novo!
Queria ter metade do seu dom para escrever!

Saudades de você!