sábado, 1 de maio de 2010

Escura solidão

Estou há trinta minutos aqui, que mais parecem trinta minutos apenas. A mesma escuridão que não me deixa sonhar é a que aparece quando abro os olhos para ver o que há ao meu redor. Tenho agora tempo suficiente para remoer o que não fiz, me arrepender do que fiz e imaginar um novo fim, nem tão feliz, mas diferente. A cena, o fato, a pessoa, o motivo, tudo diferente. Fazer isso já foi divertido, agora me canso e percebo que já se passaram mais meia hora e nada em mim mudou.

Uma hora. O que eu teria feito nessa uma hora se estivesse lá fora? Desperdiçaria mais meu tempo com coisas fúteis ou procuraria alguém para conversar, mas acho que é tarde demais para conversas. As opções são várias, mas só consigo pensar em poucas, e ai se passa mais uma hora.

De repente acho que tive uma boa ideia: pensar o que fazer quando tudo terminar. Não será nada muito diferente do que fazia antes, mas certamente não sairá como planejo agora. Fazer detalhes imaginários me fazem achar que eles valem a pena, mas sei que terei medo e deixarei para pensar neles novamente quando isso me acontecer de novo, assim como fiz das vezes passadas.

Mais algum tempo se passou e agora tempo é uma coisa que não posso mais controlar ou prestigiar, tudo parece tão infinito, mesmo sabendo que isso vai acabar, por essa vez pelo menos, não de se repetirem.

Pelo menos essa solidão tão escura está mais fácil de suportar, pois já perdi o medo do tempo. Agora é pensar como e porque isso me acontece. Que besteira! Eu sei porque isso acontece.

Droga. Agora vejo um fio de luz vindo da janela do meu quarto, e lá se foi mais uma noite acordado.

2 comentários:

Wolv disse...

Brutal, vei!!

André M. Oliveira disse...

Muito bom cara, parabéns!