terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pela avenida, se esquecendo da vida

São 2 horas da tarde. Caminho já no fim da Presidente Vargas, tenho que passar nas Barcas para recarregar meu bilhete único antes de pegar o ônibus para Botafogo. Por sorte tive de buscar esse documento no Colégio Pedro II e me lembrei que ele estava quase zerado, provavelmente só havia o suficiente para mais uma passagem, e amanhã tenho uma entrevista de estágio em Niterói, sem o bilhete estaria enrolado.

Procuro inutilmente uma sombra para me abrigar desse sol de fritar calango, típico do Rio de Janeiro. Decido que é mais vantajoso apertar o passo para voltar logo pra casa.

Alguns metros depois vejo ao longe uma moça se aproximando na mesma calçada que eu. Dou inicio a uma sequência de pensamentos idiotas. Será que ela é bonita como está parecendo de longe? Parece que sim. Unn... tem cabelos castanhos. Pode ser a Débora Secco. Será? Ou talvez outra atriz? Podia ser... Uma atriz podia se apaixonar por mim, ia ser legal ter um romance com uma atriz! Se bem que seria muito conturbado... Não gosto de gente fuxicando minha vida. Olhando mais de perto parece a Carla lá da faculdade. Nossa, a Carla é muito gata! Quando encontrar aquela garota de novo vou fazer alguma coisa pra me aproximar dela, talvez e...

- Oi Marcos!

- Carla?!? Err... Tudo, tudo.
(Calma Marcos... calma. Postura, estufa o peito e sorria) Caramba, que surpresa te encontrar aqui no Rio, o que faz por aqui?

- Eu moro aqui Marcos, você esqueceu?

(
A voz Marcos, melhora a voz) - Ahh... Mil perdões minha cara, é que passa muita coisa nessa mente aqui! (Unn... talvez eu tenha exagerado na encenação)

Ela começa a rir divertidamente. - Ahan, sei Marcos. Espero que esse semestre cálculo esteja entre essas coisas, você já está bem enrolado com essa matéria. Hehehe, você é uma graça garoto!

Ela diz isso colocando sua mão sobre meu ombro e sorrindo ternamente, nos despedimos com um aceno e ela dizendo que nos vemos em breve na faculdade. Ainda a vejo se distanciando rebolativamente pela calçada. Nossa como ela é gostosa! Acho que fiz uma boa impressão, sim, fiz sim.

Sigo meu caminho mantendo a pose altiva de quando conversava com ela. Olho para o lado e vejo meu reflexo no vidro de um prédio. Estou estranhamente com a espinha arcada para trás, com um ombro mais alto que o outro, escorrendo suor pelo rosto, o cabelo parece ter sido propositalmente emaranhado, ainda ostento duas pizzas na camisa social com apenas um botão preso deixando à mostra uma camisa estampada de gosto duvidoso.

- É... talvez não uma impressão tão boa assim. Me endireito o melhor que posso, vejo um ônibus que vai no sentido Botafogo, corro até o ponto e sigo o fluxo de passageiros até conseguir um lugar para sentar.

Droga, não lembro o que vim fazer por aqui. Pelo menos encontrei com a Carla.
Bem, ela parou pra falar comigo, quem sabe ela não é afim de mim? Pode ser...

Olho contemplativamente para a paisagem através da janela, no céu vejo aves maritmas que sobrevoam a Baía de Guanabara passando agora por cima de uma das Barcas...

Unn... Merda!



5 comentários:

Taíla disse...

Ah Marcos, digo, André, você sempre arrebenta na escrita!!!
;)

André M. Oliveira disse...

Hahahaha, você está de sacanagem né senhorita Taíla?

Pedro Ramos disse...

Camisa estampada de gosto duvidoso...

Tarso "Carioca" Santana disse...

Não sei porque desconfio de uma pequena dose de jornalismo no texto.

Parabéns Pika! Fico bem legal!

Wolv disse...

iaUHAIuhaiUHAIUhaiUH
Ainda bem que agora sou casado. Eu tenho muitas camisetas de gosto duvidoso, e dois cartões de passe em casa, muahuahuahua