Pode ser que você já tenha se identificado com esta frase um dia.
Contudo, de todos os seres que dormem, tão únicos quanto seus sonhos ou perambuladas em REM, monte à imaginação o ser/estar angelical de quem amas.
Ela vive. A rotina que desmonta, a rotina que disciplina, a rotina que ensina, que restringe e que liberta. Dia após dia, tramando por si os planos de conquista, de virada, de passagem. Bem tem uns 3 ou 4 dias, que no meio da madrugada, ela se esquivou de um ninja, plantou um limoeiro, viajou a Bangladesh e ainda leu um poema nas ruas de Florença.
Numa outra noite dessas se transformara no pernilongo que lhe incomodava, e na melhor genialidade de “feitiço contra o feiticeiro”, zumbiu por 40 minutos na cabeça do mosquito, e este, de tédio morrera.
Vez ou outra, remonta amizades, revisita amores, reconstrói diálogos, revive momentos. Vez ou outra o que era par ser sonho, é real. De vez em quando, o que era para ser real era sonho.
Ao raiar de umas 3 horas da tarde qualquer, beijara seu amado, abraçara a mãe, cantava com os amigos, encenava com o rei. Beijara uma amiga, brindava com o primo e ensinara o passinho do romano à avó.
Brincava que era uma deputada, soltava uma pipa, dançava com um sorriso que encantava dos mais tolos às mais convictas. Cantava com a tonalidade angelical de quem conviveu com os bardos em alguma realidade alternativa.
O que é vida, o que é sonho, apenas você pode dizer.
No caso da menina que dorme, o que posso lhe confidenciar é que com ela, às vezes, a vida parece um sonho. E que sonhar é viver.
Tanto é que por vezes há indefinição, se ela dorme porque ama, ou se ama porque dorme. De certo, ela ama dormir.
Do início ao fim, do título ao ponto final, madrinha da partícula de inspiração que colore estas linhas de ausência de cor, fica a alcunha que lhe coube - a menina que ama (e dorme).
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