segunda-feira, 26 de julho de 2010
Tudo numa coisa só
Ele estava ferrado.
Havia se apaixonado por um punhado de garotas e não tinha certeza qual escolher para viver para sempre ao seu lado.
Havia a garota dos brownies que conseguiu conquistar o seu sentimento pela barriga, que alem desses bolinhos em sua casa quase sempre havia pizza! Como não se apaixonar por essa garota?
Então quase em seguida ele se lembrava da garota da dança de salão... Por Deus! Como algum ser poderia ser tão belo movimentando seu corpo com a leveza e a sensualidade de quem tem certeza de que está executando algo divino, sem se importar se está fazendo exatamente o passo que o professor havia ensinado. É, com certeza ela é a melhor escolha! Se não fosse pela menina de olhos brilhantes...
Essa menina fazia as coisas de forma única, seja ver televisão, rir de uma piada, ou simplesmente recostar sua cabeça em seus braços e fechar os olhos, essa mesma menina é a que gosta de dias de sol e parques, ouve musicas “fofinhas” e gosta de animais. Claro que é a garota mais doce que ele já viu, seria ela a melhor opção?
Tem também aquela com ar de mais velha, que tenta derramar sua sabedoria e sempre tomar decisões corretas e lógicas, é quase o oposto da menina de olhos brilhantes, mas ela não é fria, suas atitudes, mesmo que muito sérias, são repletas de carinho e do sonho de fazer sempre o melhor.
Ele estava realmente ferrado.
Pensou que ia enlouquecer, pois tinha certeza que havia convidado uma para sair, mas na hora outra aparecia. Ficava perplexo quando estava em um parque com a garota de olhos brilhantes e de repente ela desaparecia e a garota dos brownies aparecia com alguma delicia para ele provar!
Ele começou a pensar que era um azarado maluco, até que um certo dia teve um epifania brilhante, iria convidar as quatro para sair e decidir com qual ficaria! Simples e prático, o plano era perfeito!
Então para sua surpresa, percebeu que na verdade não era tão azarado assim, na verdade era o homem mais sortudo do mundo, pois as quatro garotas, na verdade era uma só!
A.A.A.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Ah quando eu morrer...
Quando eu morrer quero entrar para a história. Colocarão uma frase dita por mim no epitáfio e me imortalizarão. Todos estudarão sobre minha vida e serei citado por décadas, quiçá séculos... Meu velório durará três dias. Terão passeatas da igreja até o cemitério. Pessoas que nunca vi na vida se perguntarão o que será de suas vidas agora.
Ah não, melhor: quando eu morrer quero que seja igual novela. As pessoas que me conhecem e seus conhecidos se lembrarão de mim até o fim de suas histórias. Terei um significado ainda na cabeça de cada um que esteve comigo ou me viu passar... No meu velório vai chover. Todos usarão preto. Haverá pessoas ali contra a vontade, tudo bem. Haverá também pessoas querendo pular na cova junto comigo, tudo bem também.
Ou seria mais legal: quando eu morrer quero que seja como num filme. A solução de uma história ou o início de vidas que nunca saberemos como serão. Em meu enterro, numa manhã ensolarada, num cemitério que mais parece um jardim, haverá poucas pessoas, somente as que realmente me amaram ou que tenham algum interesse na minha morte. Meu filho mais velho tentará explicar ao mais novo o que aconteceu enquanto consola minha viúva e disfarça suas lágrimas.
Sem dúvidas essa: quando eu morrer quero que seja como todos que já vi na vida real. Ninguém ficará de luto depois, ninguém se vestirá de preto. No meu túmulo apenas “um filho amado” e datas de nascimento e morte. No velório piadas serão permitidas pelos mais jovens, desde que somente eles ouçam, pessoas que não víamos há meses dando condolências, sem nem saberem ao menos o significado da palavra, algumas flores perto do meu corpo, despedidas emocionantes antes de fecharem o caixão. No cemitério os mais devotos de alguma religião cantarão canções adequadas, não espero que chova, nem muito sol, não quero causar esforço a quem está se dedicando ao último favor prestado a mim, e, realmente, espero uma salva de palmas no final de tudo, espero ter feito diferença na vida de alguém de forma positiva.
sábado, 17 de julho de 2010
Guia do Vestibulando - parte 03 (Final)
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Invejando anjos
Já fazia mais de um mês que estava naquele quarto de hospital recuperando-se de uma lesão no tendão de sua perna direita.
Os dias se passavam de maneira lenta e sutil, o que atormentava ainda mais o espírito audaz da jovem. Tantos sonhos e desejos, tantas conquistas já possuía mesmo sendo tão nova! Mas a idade não era empecilho para aquela que deslizava por entre os olhos de espectadores atentos aos seus movimentos mais singelos.
Desde a infância fora privilegiada pelo som das notas musicais que saíam do piano onde sua mãe tocava com maestria.
Ah! Quanta felicidade rodeava aquela pequena criatura que ensejava os primeiros passos de bailarina. Cada nota ecoada era recebida por um gracejo ou um pequeno passo realizado de maneira quase perfeita pela pequena.
Agnes era dotada de uma notável beleza desde tenra idade; sua pele branca praticamente reluzia aos raios do sol primaveril juntamente com seus longos cabelos loiros encaracolados. Seus olhos azuis tinham um brilho indescritível, semelhante ao de safiras.
Lágrimas corriam pela face meiga e doce da sonhadora bailarina que sentia uma ponta de inveja ao poder ver as outras meninas patinando no lado congelado da cidade.
Já fizera isso tantas vezes, mas só agora dava a devida importância, já que sentia o peso de nunca mais poder dançar em sua vida.
Fechou os olhos e lembrou-se dos aplausos da última apresentação. Quantas rosas brancas e vermelhas foram arremessadas ao palco; luzes ofuscantes mal permitiam que ela divisasse a platéia que estava de pé a lhe homenagear.
Ao som de Clair de Lune de Debussy, a bela moça/mulher parecia que flutuava pelo palco. Ali fora seu grande momento; música e dançarina se completavam como chuva em solo árido e infértil.
Cada rodopio, cada salto, cada gracejo no ar eram realizados na mais perfeita sintonia; seu corpo era tão belo que todos os anjos naquele momento pecaram ao sentir inveja daquela abençoada que podia ser tocada por qualquer outro humano.
O fim da música ainda ecoava em sua mente; sabia que poderia voltar a andar, mas agora as alegrias vividas seriam apenas recordações, enquanto que a dor se faria presente pelo resto de sua vida.
sábado, 10 de julho de 2010
Um banho de inspiração
Sinto-me inspirado como nunca antes nesse chuveiro. É impressionante como é difícil pensar em alguma coisa para escrever se não estiver tomando banho. O que é nada impressionante é como é ainda mais difícil escrever algo enquanto está tomando banho. Posso já começar rimando “entender” com “saber”... Melhor não... acho pobres rimas entre verbos no infinitivo. Posso rimar algum deles com “você”. Isso! Assim será.
Na verdade não sei se vou fazer versos rimados... São meio artificiais, sei lá. Vira e mexe sei que vou cair em lugares comuns, por exemplo rima com “ão”, certeza que vou ter pensado em, no mínimo, umas duas até me vestir. Por outro lado dão cadência à leitura e musicalidade, se pensar em fazer uma melodia em cima dela... É, vão ter rimas sim. E vou pensar em agora mesmo em uma com “ão”.
Sobre o que mesmo vou falar? Sentimentalismo barato de quinta categoria? Metalingüística batida da falta de assunto? Sendo feliz, dizendo que aproveito a vida quando, na verdade, estou escrevendo? Desilusão amorosa do fim do mundo dessa semana? Ou pessimismo da boca para fora e do dedo cruzado esperando que o texto fique bom?
A minha rima será “divisão” com.... Sabão! Droga... esqueci do sabão... Não vou me secar para sair do boxe, pegar um sabonete, voltar a tomar banho e depois me secar de novo. Pano de chão serve para isso... Isso! Será com “chão”.
“Manter em lugar fresco, protegido de luz intensa e longe do alcance de crianças” hehehehehe já tive vontade de beber shampoo. Na verdade acho que bebi uma vez, me lembro do gosto de sabão. Hehehehehe a mulherzinha que sempre fica aqui me vendo pelado não deve gostar muito de tomar sol, branquinha do jeito que é.
Será que os versos que fiz até agora soam bem? Vou ter que esperar até eu sair e falar para alguém escutar. Por que? Eu escuto o que falo. Mas eu vou falar sozinho? Ficar pensando em milhões de coisas aqui, cantar no chuveiro, gritar um palavrão quando me machucar, isso tudo é normal, mas falar sozinho é loucura. Mas ninguém vai ouvir mesmo, eu consigo conviver com esse segredo de “loucura temporária”. Ops... não é assim que costumo falar... Devo estar com vergonha de mim mesmo.
Posso citar sobre essa fluidez da água. Ou sobre sua propriedade de limpar, renovar, carregar as coisas. Os elementos naturais sempre são alvos de metáforas e comparações em canções, poemas, poesias. O fogo principalmente.
Pronto! Acabei... Desligar chuveiro, pegar a toalha e me vestir... Acabei o banho. Quanto ao que ia escrever, ou pelo menos pensar em escrever, não deu tempo, fica para o próximo banho. Ou não. Já que pensei nisso no último que tomei.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
Ilusão
"O que está fazendo, meu filho? Venha para cá, e diga para mim qual o problema."
"Mãe... o que aconteceu com o papai?"
Já há algum tempo ela temia essa pergunta. Como contar a seu filho, ainda tão jovem, o que aquele cão desalmado havia feito a seu pai? Ele não precisava de mais dor em uma existência já tão árdua. Mas ela não tinha palavras para respondê-lo. Sempre que pensava no assunto vinha-lhe a mente a imagem de seu esposo sorridente, indo para sua tarefa diária de catador de lixo, afim de conseguir o alimento da família. Em resposta a seus devaneios vem a voz do jovem...
"A vovó disse que o papai virou um anjo... Mãe, isso é verdade?"
"É sim meu filho. Seu pai virou um belo anjo!" Ela não sabe se é capaz de evitar as lágrimas que ameaçam brotar de seus olhos.
"Mãe... Como é que é um anjo?"
Ele a interpelava serenamente. Seus olhinhos redondos e atentos a fitavam com uma confiança inigualável a espera da resposta. Mais tranquila ela aconchegou o corpo do filho junto ao seu e explicou:
"Um anjo é como você, possui esse rosto lindo, essas orelhas, o mesmo torso, membros e as demais feições semelhantes, só que com asas! Capaz de voar pela imensidão do céu, de onde cuida de nós, humildes criaturas desta vastidão chamada mundo."
"Então o papai está voando?" A voz do pequeno ser saiu abafada, um murmúrio quase inaudível.
"Sim, ele está."
"Deve ser bom voar, espero que ele aproveite, mas não se esqueça de nós."
"Ó, ele não vai se esquecer, garanto que sempre que possível ele estará por perto, vigiando nossos passos."
"Ele vai voltar?"
Com o coração em pedaços a mãe responde: "Não meu filho, seu pai pertence a um mundo superior agora, ele só pode nos ver de longe. Agora vá dormir, certo? Boa noite."
Ela se virou sem beijá-lo ou abraçá-lo, se o fizesse não conteria a emoção.
Ele ficou quieto. Pensativo. Não conseguia dormir, até que ouviu o ruflar de asas. Lentamente se esgueirou até a abertura que dava para fora de sua moradia e olhou. E na luz da lua pode ver um ser alado semelhante a si, cortando o céu em vôos ligeiros. Contemplou extasiado até a entidade desaparecer por entre uma região escura. Respirou fundo. Seu pai o havia visitado.
Assim ambos ficaram felizes, tanto o rato que fora dormir, quanto o morcego que encontrara uma árvore para servir de abrigo.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Mais do que festas e bebidas!
Olá leitores,
Quando se fala em fraternidades todos já logo pensamos em festas regadas a cerveja e com muitos peitinhos aparecendo, no melhor estilo American Pie possível, só que a realidade não é, somente, essa.
Mas afinal, o que seria uma fraternidade além de festas e putaria? Fraternidades são associações estudantis voluntárias, onde seus membros, através de um forte vinculo de amizade lutam pelo melhor para cada um e para o grupo como um todo.
Fazendo uma grossa analogia poderíamos dizer que o nosso similar brasileiro seriam as repúblicas, mas essa análise não é totalmente correta porque as fraternidades costumam ir muito além de um grupo de pessoas que mora em uma mesma casa e se uni ocasionalmente para estudar e fazer festas.
Existem várias modelos de fraternidade, o mais comum nos Estados Unidos e Europa são as chamadas “Fraternidades Gregas” as populares “Greek”. Aquelas famosas com três letras gregas como nome, essas letras são as iniciais do lema da Fraternidade. Elas ainda têm em sua constituição o trabalho comunitário como um de seus princípios, para buscar uma melhoria que vá além do grupo fechado que a compõe.
No entanto o principal aspecto positivo que vejo em uma fraternidade é a formação de um poderoso networking, que afeta a vida acadêmica e profissional dos membros, pois eles fazem juramentos de lealdade e parceria que duram muito mais que os anos dentro da faculdade.
Observando todos esses aspectos tenho o prazer de informar aos leitores deste blog que, junto com alguns amigos, fundei uma das poucas Fraternidades do país! A honrosa Sigma Alpha Theta, que não segue exatamente o padrão “Greek”, devido as especificidades do sistema de ensino superior do país, mas ainda tem como princípios basilares a amizade e o trabalho em nível acadêmico e social.
E que venham as festas e bebidas!!!