quarta-feira, 18 de julho de 2012

The Fool


tolo
to.lo
(ô) adj 1 Pobre de inteligência. 2 Que raciocina ou procede ininteligentemente; simplório, idiota, tonto, ingênuo, parvo, pateta. 3 Que não tem nexo ou significação. 4 Que faz ou diz disparate. 5 Que não tem razão de serdespropositado. 6Ridículo, desagradável (falando das coisas). 7 Enfatuado, vaidoso. 8 Boquiaberto, espantado, pasmado. sm Indivíduo que não tem juízo; bobo, idiota, simplório, sebastião. Aum: toleirão e tolaz. Pl: tolos (ô). Fem: tola (ô). Antôn (acepções 1 e 2): inteligente.

Essa carta me faz pensar sobre muitas coisas, "O Tolo", é o 1° carta do baralho e não tem essa posição por acaso, todos somos "tolos" quando começamos coisas novas.

Ao contrário do que se poderia pensar, ela não recebe o número 1, recebe na verdade o número 0, talvez simbolizando que a verdadeira jornada ainda não começou, ele é ainda apenas um iniciante, um tolo, que acredita estar no caminho certo.

Não o menosprezemos, tolice é fundamental para o início de qualquer jornada, mesmo que seja para o precipício. 

Encarar desafios que estão fora da nossa compreensão é uma característica peculiar dos tolos, eles acreditam que as coisas são simples e simplesmente seguindo em linha reta podem chegar aos seus objetivos.

Este segundo ponto ajuda a entender outros elementos que existem nessa pequena imagem, ele caminha para o abismo enquanto observa as alturas. Seus objetivos podem ser nobres, talvez esteja buscando chegar a morada das estrelas, ou talvez não passe de um bocó que simplesmente não presta atenção no caminho que está seguindo.

Um cachorro tenta alertá-lo do caminho perigoso, ou melhor, desconhecido, que está trilhando. Qual é a altura do despenhadeiro? O que existe lá embaixo? Ele conseguirá retornar ao lugar onde iniciou caso precise? Não sabemos.

Se der ouvidos ao cão, poderá perceber as adversidades que o caminho esconde e se proteger adequadamente ou até mesmo desistir do caminho.

Pensando bem, mesmo que ouça o pequeno canino, ele continuará no caminho, afinal de contas ele é O Tolo.

Para sua jornada leva apenas algumas poucas coisas em uma sacola e uma flor branca, pobre Tolo, em sua inocência acredita que sua flor poderá servir de escudo contra qualquer eventualidade do caminho, o tempo dirá se é o suficiente, mas já posso afirmar que ele encontrará outra finalidade para ela em sua, talvez, épica saga.

O Abismo também é interessante. Ele guarda mistérios que não podemos ver, guarda talvez o maior mistério de todos os mistérios terrenos a Morte.

Quem em sã consciência o desafiaria? Teria que ter uma mente insana, ou pelo menos um corpo são para tentar tal empreitada.

O Tolo não o teme, provavelmente por não o conhecer, e se dirige despretensiosamente para ele.

Após encarar seu desconhecido caminho ele se tornará um iniciado, O Mago. Mas também devemos ressaltar que existe a possibilidade dele simplesmente morrer na queda.

Encerrando, tem um elemento que passa desapercebido para a maioria das pessoas, o Sol.

Ele não está ali por acaso, nada está ali por acaso.

Ele ilumina - até podemos dizer que observa - o caminho do Tolo, o que ele representa? Deus? A razão? Depende do freguês.

Poderia entrar em uma conversa mais mística, mas acho que não vem ao caso, quem sabe um dia continuo a falar sobre estas cartas e contar histórias mirabolantes (ou não) sobre elas.

3 comentários:

Wolv disse...

Ótima interpretação da tolice. Quero para sempre ter um quê de idiota, rs

Anônimo disse...

Achei bacana tbm, anda ao pé da ignorância, como ser leigo e aceitar isso, usar isso ao seu favor na busca do conhecimento... bacana!

Gabriel

Taíla Castro disse...

Não é a toa que o André sempre fala sobre seus escritos Tarso!
Excelente!!!