quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Titanomaquia: Parte 1 – A Senhora do Universo
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
já no ônibus...
Nesse primeiro ano morando longe de minha cidade natal aprendi muitas coisas: amadureci, faço arroz, sou mais responsável, faço arroz, planejo meus gastos, faço arroz e uso a máquina de lavar, por exemplo, porém, algo que me chamou atenção foi descobrir que as viagens de ônibus parecem seguir padrões, e o que as fazem ser diferentes somos nós: se está com sono, viagem tranquila e "rápida"; se tem um MP"x", viagem com distração; se tem companhia, viagem mais interativa, se está doente, viagem mais tensa, e assim por diante. Mas nesse texto vou escrever sobre os fatores externos, os que fazem a figuração da sua viagem.
Tudo certo, estamos saindo, trânsito fluindo bem, cinco minutos de estrada e alguém se levanta, esbarra numa pá de ombros, e vai direto ao banheiro. Por que não foi A) no terminal?; B) com o ônibus parado? Eu digo A por conforto, tranquilidade e até higiene e B porque na melhor das hipóteses o sujeito vai fazer o número 1, e com o ônibus em movimento potencializa-se a chance de errar o alvo e o ônibus ficar fedendo pelo resto da viagem. Mas se for um número 2 tão urgente assim, o cara deixaria o ônibus fedendo mesmo se este fosse livre de atritos, esférico, no vácuo e nas CNTP.
A frente do ônibus é a parte geriátrica do veículo, abrigando as coisas (ou pessoas) mais antagônicas dele: as velhinhas. Sim, velhAs. Os vovôs deitam e dormem como se não houvesse amanhã, mas as vovós, essas podem ser as mais adoráveis criaturas, quando caladas ou quando te oferecem dinheiro (esse segundo tipo nunca encontrei). E mesmo no primeiro tipo fica-se aquela tensão de que falarão a qualquer instante, se transformando na velhinha-chata-do-ônibus-de-viagem-que-senta-do-seu-lado, e essa fala de vida dela, da vida dos filhos, porque tá viajando, da receita que a falecida mãe deixou, de que queria ter um pônei, e vários outros assuntos (mas esses são os clássicos, menos o do pônei).
Em contraste com as pessoas idosas, sempre estão "elas", as incansáveis crianças. Sendo justo: também existem as adoráveis, as caladas e/ou dormindo. O resto inventa uma forma de ser chata e fazer os pais se arrependerem de não terem usado camisinha. Músicas escolares, hiperatividade física, perguntas do tipo "por que?", reclamações e choradeiras. Isso quando não ficam encarando os outros passageiros. Se eu não fosse um Lord Inglês, faria sinais obscenos com a mão (advinhem: eu não sou um Lord Inglês).
Finalmente chegamos a cidade destino, não disse na rodoviária, mas isso não impede das pessoas se levantarem, pegarem suas malas de mão e formarem uma fila pelo corredor todo. Nunca vi lógica nisso, mas... E quando se percorre o corredor olhando para as cadeiras vazias passadas, logo se ve sacolas, garrafas e papéis. Então desço do ônibus, agradeço ao motorista por não ter tomado drogas vendidas ilegalmente para o manter acordado, o que provoca déficit de atenção e diminuição da velocidade de respostas de reflexos, e por conseguinte acidentes (mesmo assim, só viajo de madrugada, adoro emoções fortes), pego minhas malas e tomo meu rumo, repassando na cabeça o que aconteceu na viagem.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Essa noite...

Essa noite eu tive um sonho.
Sonho, lindo sonho.
Você vinha ao meu encontro, por entre traiçoeiros e ardilosos grãos de areia.
O seu caminhar era lento, porém firme.
Seu porte altivo e musculoso inebriava as fibras mais sólidas das rochas avermelhadas em que outrora estivemos a apreciar o pôr do sol de verão.
Até pequei ao pensar que não mais me quisesse.
Mas o seu olhar iluminado pelo brilho da lua cheia já dizia tudo.
Nosso entrosamento era tão perfeito como a brisa suave que acariciava nossas faces.
Eu era exatamente quem você tanto desejava.
Ao se aproximar, meu corpo não mais me pertencia.
Seu toque era meu dono e meu guia.
Ao som da sua voz aconchegante e melodiosa minha mente se dissipava.
Éramos senhores de nossos próprios destinos.
Detentores de todas as almas das Duas Terras.
Era sua rainha,
E você, meu rei.
Vislumbramos os monumentos que perpetuariam sobre a história.
Prometera-me que as juras verdadeiras de amor ecoariam por séculos e séculos.
E assim o foi.
Sua força e luz me enchiam de alegria e de prazer.
Felicidade infinita era estar ao seu lado.
Jamais alguém me amou como você.
Um beijo...
Suave, macio, úmido...
Enlaçado pelo amor e pelo prazer...
Confidenciamos-nos nas terras mágicas e poderosas.
Tornamo-nos um só e,
Energizamo-nos pelo raiar de um novo dia.
Sua força...
Seu poder...
Meu amor...
Esta noite eu tive um sonho,
Sonho, lindo sonho.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Titanomaquia: Parte 1 – A Senhora do Universo
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Titanomaquia: Parte 1 - A Senhora do Universo
sábado, 5 de fevereiro de 2011
uma só música
o tom, o ritmo, a base
e a mim cabe imaginar e improvisar
o sonho, o sentimento, o solo
Você, sempre cadenciada, segue firme
a alma, a simplicidade, o necessário
e eu sem regras a serem cumpridas
a forma, o difícil, os detalhes
Seguindo seu padrão conforme
o texto, a vida, a realidade
eu continuo me desviando pelas
entrelinhas, atalhos e o que há de novo
Você se firma na sua verdade
seu texto, sua vida, sua realidade
e eu vario nos devaneios entre
lágrimas, sorrisos e anseios
Sempre nos víamos por diferentes
linhas, caminhos, tonalidades
mas minha mão direita também segue
a certeza, a receita, a escala
e você transmite a liberdade na sequência
de acontecimentos, notas, acordes
E estranhamente alguém pode nos ver como
um só, uma vida, uma música